As marcas não são mais infalíveis

Está tudo bem e não tem volta, esta é a cara do progresso. As marcas outrora ditavam o estilo de vida e de consumo do seu público. Hoje são um elemento comum no mercado, e devem falar menos e escutar mais. É a nova era, a era onde as marcas são tratadas de tu e pouco influenciam no estilo de vida.

A comunicação agora é horizontal e deve ser antecedida com um pedido de permissão, caso não, a marca é agredida, e a agressão/exigência é uma das características principais do relacionamento audiência-marca hoje em dia.

Por Ex: Uma operadora móvel antes tinha o poder de influenciar que tipo recarga usar e que sentimento ter ao usá-la, hoje a mesma operadora ao falar de uma recarga é questionada sobre a durabilidade do saldo e megas que esta recarga tem. Com direito a ser chamada nomes. E há um prazer que a audiência tem em bater num organismo que antes parecia infalível.

São novos tempos, as marcas devem apenas aprender apenas a ouvir, a entender que fazem parte de um ecossistema onde a mensagem torna-se cada vez mais individual. E por fim saber identificar de quem é realmente a bofetada, para, saber se entrega a outra face (Lucas 6:29).

As marcas não são mais infalíveis, aqui está a oportunidade de cometer erros e envolver a audiência.

Histórias incríveis matam actores incríveis

Calma! nenhum actor ou actriz morreu.

Vim partilhar apenas uma leve sensação (não certa ou verdadeira) sobre como as histórias maravilhosas do cinema, tem revelado e em seguida “matado” actores incríveis.

Geralmente acontece mais em séries com um Storytelling magnífico, mas, há filmes que também o fazem perfeitamente. Por Ex: O Resgate Indie Filme.

O “matar” ao qual me refiro, é em poucas palavras a expectativa que o actor deixa ou leva quando segue para um outro filme com história diferente, depois, de uma actuação maravilhosamente inexplicável num outro filme que nos marca.

Eu diria, tente imaginar ou procurar outros filmes dos actores como: Walter White (Breaking Bad), Berlim (La Casa De Papel), Thomas Shelby (Peaky Blinders), Francis UnderWood  e Claire UnderWood (House Of Cards), Bruno (O Resgate), Don Draper  e Peggy Olson (Mad Men) .. sentirá o quão essas histórias maravilhosas acabaram se querer matando-os para os próximos filmes.

Respeito os papéis (role), mas, aqui trago a perspectiva actuação e história. Há realmente histórias que matam o actor. E isso é maravilhoso, porque acontece 1 a cada 10 histórias. Significa que a história plantou sentimentos e conexão em nós.

As transformações do Facebook e o impacto nas marcas

 

No princípio criou Deus o céu e a terra … e Mark criou o Facebook para as pessoas conectarem-se com amigos e partilharem os melhores momentos da sua vida.

Foi nesta fase que vivia-se de likes orgânicos, crescimentos exponenciais e viralizar era bem fácil. Todos éramos amigos e falávamos de tu para tu e não existia influencer ou classe social digital.

Quando a cidade digital azul ficou populosa, iniciaram os Ads, surgiram as Fan Pages, Influencers, as marcas ganharam mais poder e nós ficamos a servir como mercadoria de Likes e Views para estas. Algumas pessoas mudaram-se dessa cidade e foram para outras verdes, amarelas e castanhas, que depois foram compradas pela cidade azul.

Nossos dados foram capturados e usados para entregar melhor “experiência” de conteúdo. Até que o escândalo de dados Cambridge Analytica surgiu e colocou alguma ordem.

Timidamente voltamos ao passado, as pessoas tem mais poder que as marcas no digital, e apostar nelas e não na máquina criada pela Inteligência Artificial do Facebook pode ser um caminho para se ser relevante.

No entanto é difícil, pois, vivemos momentos de extremos nas redes sociais, e como diz Heráclito: O homem que volta ao mesmo rio, nem o rio é o mesmo rio, nem o homem é o mesmo homem.

 

Não ame tanto o seu negócio

O empreendedorismo é uma viagem cheia de grandes emoções, altas e baixas. Uma das coisas que todo empreendedor deve aprender rápido, é não amar demais o seu negócio.

O amor excessivo pelo negócio, cega a capacidade de entender o valor que este tem, torna o empreendedor mais sensível em relação as decisões do negócio e dificulta a capacidade de escalar, pois, tudo parte das emoções e poucas vezes do racional.

O produto como veículo e não mensagem

Houve tempos que o produto era o centro da história de uma publicidade, toda a mensagem era voltada para exaltar as qualidades do produto, hoje com a proliferação de produtos similares com quase mesmos ingredientes e processo de produção quase iguais, a diferença de um produto A com B é bem tênue.

Creio que transformar o produto em veículo, para comunicar algo que vai além da composição deste é o futuro (presente) da publicidade.

Por exemplo, uma publicidade de cerveja que fala sobre lúpulos, malte, água, cevada, gelada e refrescante ainda está a falar de si (a mensagem ainda é o produto) .. depois de passar uma publicidade como esta, o consumidor questiona: Já sabemos disso, agora qual é o seu propósito mesmo? porque existes tu?

A missão (não generalizada) e diferencial nos dias de hoje, é usar os produtos como veículos para passar mais do que instruções da sua composição ou funcionamento, mas, sim propósitos que melhoram o espaço onde este está inserido.

Popularizar o produto não é popularizar a marca

Johnnie Walker, Nike, Mercedes, Apple (iPhone), Coca-Cola e DSTV são marcas populares.

Soldado, Frozy/Fizzy, So Klin, Tecno, Startimes são produtos populares.

Uma marca popular, é a mais desejada na sua categoria (poucas vezes consumida), o seu posicionamento é criado para que ela possa ser consumida com base no valor que agrega ao consumidor, e não pelo preço. E isso faz com que esta seja adquirida por preferência.

Um produto popular, é o mais consumido, e o seu posicionamento é criado para que ele possa ser adquirido ao menor preço possível e com facilidade. E isso faz com que este seja adquirido por necessidade.

A verdade é o que diferencia as marcas

Nos dias actuais, quase qualquer marca pode anunciar, a mídia ficou mais acessível e somos todos tentados a colocar algo lá (o que interessa é estar lá).

No meio a toda essa corrida para postar, anunciar, falar bem do produto/serviço, posicionar-se ou apoiar, um elemento que diferencia as marcas é a verdade, nem todas as marcas conseguem cumprir a promessa diária que fazem.

Marcas verdadeiras, mesmo não sendo muito criativas, ganham mais visibilidade e diferencial, pois, mantém uma consistência do que falam e quando interagimos com as mesmas, conseguimos sentir a vibração que vendem.

O digital precisa de desautomatização

A automatização de processos de produção e gestão de conteúdos para o digital, permitiu que profissionais desta área tivessem menos trabalho e muito tempo poupado. Os sistemas de gestão de conteúdos permitem desde a criação de textos, peças gráficas, agendamentos para publicação automática e relatórios diversos.

No entanto esta automatização (cheia de vantagens) fez com que o conteúdo e os canais fossem abordados de forma padronizada, o que impede-nos de explorar uma conexão com o público de uma determinada rede social de forma específica e envolvente (A generalização impede-nos de ver detalhes).

Quando fazemos a criação e gestão de forma manual é perceptível o quão cada rede tem seu tom e aura, quando nos conectamos a este tom conseguimos oferecer um conteúdo melhor. Estes elementos só são possíveis perceber estando dentro da rede e deixando de abordar a mesma como igual as outras (automatização).

Monopólio, o ponto cego do Brand Equity

Brand equity é o resultado final do branding. Ou seja, ele se refere ao valor agregado a um produto ou serviço graças à força que a marca conquistou no mercado.

Uma marca que nunca teve concorrência, dificilmente pode conhecer o seu valor, é por isso que podemos considerar o Monopólio, um ponto cego do Brand Equity.

Com as dinâmicas globais, o mercado Moçambicano vem quebrando monopólios, criando assim um ambiente de equilíbrio, na procura e oferta.

Por outro lado, o monopólio, traz consigo pânico e ansiedade saudável para marcas que eram dominantes, pois, uma % do mercado vai dispersar-se, procurando pelo novo produto ou serviço (do concorrente), por curiosidade, pelo novo e ou pela qualidade mesmo.

Logo, marcas que ontem tinham o valor de “bandeira nacional”, hoje tem o valor de “bandeira de um clube”, e se as estratégias não funcionarem correctamente para alavancar a marca, esta passa para segunda divisão como uma opção, e não a opção.

Que comece o jogo!